Celular vicia?
O aparelho celular certamente revolucionou a forma como nos comunicamos, e é inegável a sua utilidade prática nas tarefas do dia a dia das pessoas. Porém, muitos afirmam que é preciso tomar cuidado com exageros, pois usar demais esse aparelho pode viciar, e acabar causando problemas diversos (inclusive, de saúde).
Mas, até que ponto isso é real ou não? E, qual o limite saudável para o uso diário de um celular? A seguir, responderemos isso, e muito mais.
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Dependência extrema e fobia
É praticamente unânime entre os especialistas que o uso do celular pode, sim, tornar-se um vício. Mesmo que esse distúrbio não seja atualmente diagnosticado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (pelo menos, por enquanto), através de estudos em diversas áreas, é possível constatar mudanças cerebrais após o uso excessivo de qualquer tecnologia, incluindo aí o celular.
Por sinal, esses mesmos estudos apontam que esse vício pode ser bastante similar à dependência de drogas químicas, como, por exemplo, o álcool e a cocaína. Ou seja, trata-se de um problema que danifica e desgasta a ponta dos neurônios da mesma forma que substâncias alucinógenas.
Segundo especialistas em psiquiatria, o grande problema surge quando o usuário corriqueiro do celular não consegue diferenciar dependência de uso normal. De acordo com uma pesquisa feita pelo Google recentemente, cerca de 73% dos brasileiros que têm smartphones não saem de casa sem esses aparelhos.
É bom deixar claro que o que separa o uso do abuso com os celulares pode ser uma linha muito tênue. Afinal, alguém pode usar bastante esse aparelho, e mesmo assim isso não ser caracterizado como vício. O que, de fato, caracteriza uma dependência patológica é quando a falta do celular, mesmo que por um curto espaço de tempo, deixe o seu dono com transtorno de ansiedade, como o pânico ou mesmo a fobia social.
Pra quem se encontra nessa situação, os principais sintomas são angústia e sensação de desconforto no momento em que se está sem celular. Mudanças comportamentais também são verificadas, como isolamento ou até falta de interesse por outras atividades.
O cuidado deve ser maior com as crianças
Hoje em dia, não é nem um pouco raro ver crianças isoladas em um canto, mexendo com o celular, e estando completamente incomunicáveis no sentido de estarem tão interessadas no aparelho que não conversam pessoalmente com ninguém. O problema é que esse tipo de comportamento interfere no desenvolvimento emocional delas, o que pode causar transtornos em sua vida adulta.
Especialistas são unânimes em dizer que pais e responsáveis não devem dar celulares e tablets para crianças que sejam muito novas. Também é importante que eles monitorem o uso da Internet por elas, para evitar excessos, com as crianças passando horas e horas na frente de um computador ou na tela do celular.
Importante salientar ainda que quanto mais interativo for o aparelho, maior é o risco de dependência. Afinal, algo interativo é extremamente atrativo, em especial, para crianças. Por isso, é necessário que se tenha moderação, em caso dos pequenos mexerem nesses aparelhos, mesmo que ocasionalmente.
Estudos comprovam comprometimento dos neurônios
Com já deu pra perceber, o grande problema não é o uso em si dos celulares, e sim, o seu uso excessivo. Tanto é que pesquisadores do mundo todo têm se debruçado nessa questão, chegando a conclusões importantes para a nossa saúde. É o que fizeram, por exemplo, especialistas da Universidade da Coreia do Sul, em Seul, que investigaram a dependência desse aparelho tendo por base as reações do nosso cérebro.
Durante os experimentos, os pesquisadores constataram que muitos dos que toparam participar da experiência simplesmente não conseguiam ficar muito tempo longe do celular. Além disso, eles descobriram que jovens com muita dependência dos aparelhos móveis podem desenvolver níveis acima da média de ansiedade, depressão, insônia e impulsividade.
Claro, segundo os próprios realizadores dessas experiências, ainda é cedo para afirmar categoricamente que a dependência do celular e de outras tecnologias pode causar isso ou aquilo. Porém, algo se mostra bem claro: o seu uso excessivo mexe, sim, com as nossas emoções e a nossa capacidade cognitiva, seja você comprando compulsoriamente numa loja online, seja você discutindo algo nas redes sociais.
É bom ainda ressaltar que a dependência tecnológica não é um transtorno mental oficializado pela ciência, porém, esse termo cai muito bem para identificar um comportamento que pode ser até facilmente identificável naquelas pessoas que simplesmente não conseguem largar o celular nem mesmo quando estão num bar, bebendo com os amigos.
E, quando a coisa chega a esse nível, é bom ficar atento, pois o celular em si, é uma tecnologia muito útil, mas, como tudo, tem que ter limites.
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O vício em tecnologia e os relacionamentos
Obviamente que a partir do momento em que alguém se torna dependente demais de alguma coisa (em especial, do uso do celular), isso vai impactar negativamente nos relacionamentos dessa pessoa. E é justamente o que um estudo recente da Universidade Baylor, localizada no Texas (EUA), revelou. Nele, várias pessoas confirmaram que o uso demasiado do celular acaba atrapalhando a interação entre os casais.
Por isso, especialistas, com base nessas pesquisas, elaboraram algumas sugestões para que a utilização desse aparelho não fique excessiva, transforme-se em um vício, e consequentemente atrapalhe um relacionamento amoroso. Uma boa dica é se controlar, e não postar simplesmente tudo o que o casal faz no Snapchat ou no Instagram. Como os pesquisadores ressaltam, muitos momentos precisam ser mais íntimos e menos expositivos.
Outra dica importante é desligar o celular por, pelo menos, 30 minutos por dia. Desconectar-se daquele barulhinho de cada nova notificação nas redes sociais, mesmo que seja por um curto espaço de tempo, acaba fazendo um enorme bem, seja para a saúde mental da pessoa, seja para a manutenção de um relacionamento salutar.
Ou seja, como deu pra notar, a questão é, desde cedo, não incentivar crianças e adolescentes a ficarem no celular o tempo todo, e na vida adulta se controlar para não ficar conectado 24 horas por dia no aparelho. Com esse nível de consciência, toda e qualquer tecnologia é benéfica.